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sábado, 17 de novembro de 2012

Mãe fecha quarto com grades com medo de filho usuário de crack, no ES


'Eu amo a minha mãe e tenho vergonha de ser usuário do crack', diz filho.
Homem já foi internado em clínicas de recuperação por diversas vezes.




Se a droga acabar, acaba também a minha alegria, por que ele quer usar de qualquer jeito”, conta a mãe de um usuário de crack que mora em Vitória. Maria José Pereira Matias, de 64 anos, colocou grades na porta e na entrada de ar do quarto e fechou com lajotas a janela do cômodo para impedir a entrada do seu filho quando está sem usar crack. 
O filho de Maria José tem 32 anos e é dependente da droga há mais de 10. Segundo a família, o homem já foi internado em clínicas de recuperação por diversas vezes, mas sempre sai antes do tratamento terminar. Maria José contou que a última vez seu filho ficou internado por apenas dois dias, mas acabou fugindo do local.
A assistente social da prefeitura de Vitória me disse que quando ele estiver agressivo, querendo a droga e não ter, é para eu sair de casa ou ficar trancada dentro do meu quarto. O que eu não posso é ficar na frente dele, por que meu filho pode ficar perigoso e fazer certas coisas que vai se arrepender depois”, contou a mãe.
Para Maria José, seu filho precisa de ajuda. “Ele não é um filho ruim, ele é um filho bom, mas a droga deixa ele desse jeito. Quando ele está usando o crack fica ótimo, feliz e conversa comigo, mas se a a droga acabar, acabou a minha alegria, por que ele quer usar de qualquer jeito. A pedra é terrível”, desabafou.
O usuário, que não quis se identificar, contou à reportagem que tem vergonha de usar a droga, mas não consegue parar. “Eu amo a minha mãe e tenho vergonha de ser usuário do crack. Sinto vergonha de olhar a pedra derretendo no cachimbo, é uma cena que eu não gosto, mas não consigo evitar. Eu tento fazer tratamento mas não consigo”, disse.
Dentro da geladeira, a mãe deixa apenas o essencial. “Se tiver alguma coisa boa ele troca por pedra. Eu vivo pela misericórdia de Deus, é muito sofrimento”, declara. (FONTE G1)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Polícia apreendeu 2,7 mil pedras de desirré desde janeiro no Rio


Segundo a PM, combinação de crack e maconha ganha força no município.
Especialistas de RJ e SP alertam para os riscos à saúde dos usuários.

O tenente-coronel Antonio Jorge Goulart, chefe da coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, afirmou ao G1 nesta quarta-feira (14) que, desde janeiro, a PM apreendeu quase 2,7 mil pedras de zirrê (totalizando 1,2 kg), droga nascida da combinação do crack com a maconha e capaz de potencializar os efeitos de ambas. Noventa por cento dessa quantidade foi encontrada no município do Rio de Janeiro, especialmente nos bairros de Bangu e Santa Cruz, na Zona Oeste, e nas comunidades do Jacarezinho e Manguinhos, no subúrbio.
Nesta terça-feira (13), três homens foram presos com 450 saquinhos de desirré - conhecida também como "zirrê", "criptonita" e "craconha" - pela Delegacia de Combate às Drogas em uma comunidade do Jardim América, no subúrbio do Rio.
De acordo com Antonio Jorge Goulart, a entrada da desirré no estado, embora tímida se comparada à dos demais entorpecentes, não é uma novidade para a polícia do Rio de Janeiro. "Estamos apreendendo a zirrê desde o início do ano. O consumo está concentrado na cidade do Rio, mas poucas quantidades já foram encontradas em Duque de Caxias e Mesquita (Baixada Fluminense), em São Gonçalo (Região Metropolitana), em Volta Redonda (Sul Fluminense) e em Angra dos Reis (Região dos Lagos)", afirmou.
No mesmo período em que pouco mais de 1 kg da zirrê foi apreendido, a PM recolheu 2 toneladas de maconha e 1 tonelada de cocaína, segundo o tenente-coronel. Os usuários da zirrê, ele explica, normalmente portam poucas gramas do entorpecente, que é fumado. "A quantidade de desirré que apreendemos é menor até do que a quantidade de comprimidos de ecstasy recolhidos. Mas a desirré está chegando, sem dúvida", alertou Goulart.
Porta de entrada para o vício em crack
Há um ano, a zirrê chama a atenção dos profissionais do Nepad, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Embora o órgão ainda não tenha unificado os dados sobre os atendimentos relativos à droga, a psicóloga Érica Canarim afirma que atualmente atende no Nepad 25 jovens viciados no entorpecente. Segundo ela, a maioria dos dependentes do Rio utiliza a desirré como um primeiro estágio rumo ao consumo de crack. “Os adolescentes raramente vão direto para a pedra de crack. Primeiro, começam com a desirré”, disse.
A psicóloga acrescenta que crack e zirrê têm uma dinâmica circular na vida de quem tenta abandonar o vício da primeira droga. “Vemos pacientes que, no caminho da tentativa de abandonar o crack, retornam à desirré, o ponto de onde eles partiram”.
Atual diretora do Nepad e cofundadora do núcleo, em 1986, a psicanalista Ivone Ponczek enfatiza que a abordagem do tratamento ao usuário de zirrê respeita os mesmos parâmetros das demais drogas. “Nem todos reagem ao consumo de droga da mesma maneira. Procuramos identificar qual a relação de um paciente com determina droga”, diz Ivone, contrária à proposta do prefeito do Rio, Eduardo Paes, de internar compulsoriamente viciados em crack. “Em alguns casos, de fato não há outra alternativa que não seja a internação. Mas o tratamento não pode ser uma punição. É um direito”, completa.
Cérebro e pulmões afetados
Marta Jezierski, diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, afirmou que a desirré já existia antes no estado, onde é conhecida como “mesclado”. “É mais usado na classe média”, apontou.
A médica disse que o consumo das duas ao mesmo tempo contrabalança os efeitos da maconha e da cocaína – o crack é a cocaína em uma forma diferente, própria para o fumo. “A maconha dá leseira e a cocaína dá agitação”, explicou.
O cérebro é o mais perturbado, sofrendo com as dificuldades de concentração que as duas drogas proporcionam. Um risco sério é o desenvolvimento de psicose, que aumenta em até quatro vezes com o uso da maconha. Com o estímulo trazido pela cocaína, isso pode levar a um comportamento agressivo.
Os pulmões também são afetados, assim como no uso de qualquer outra droga fumada, incluindo o tabaco. Segundo Jezierski, a desirré não é mais nociva ao sistema respiratório do que a maconha ou o crack isolados.
Para o sistema circulatório, o consumo da cocaína representa sempre um risco, pois a droga acelera o coração e contrai os vasos sanguíneos, o que pode levar a um infarto. No entanto, a maconha tem a propriedade de dilatar os vasos, o que, teoricamente, diminui o risco de infartos.(Fonte G1)