COORDENAÇÃO

Coordenação Pr/Capelão Ricardo Solano Bastos

Pedidos de Palestras em Escola/Clubes/Igrejas/Empresas (12) 9719-7720 – 8203-0567

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Consumo de crack avança em cidades do interior de Santa Catarina


Nas fazendas do Creta, funcionários dizem que número de internos do interior é maior do que os da Capital
Pela curtição, curiosidade, modismo ou até para trabalhar, com uma falsa sensação de ganhar força, jovens catarinenses do interior estão estragando suas vidas no consumo do crack. Em comunidades terapêuticas da Grande Florianópolis, não faltam histórias de moradores de pequenas cidades que levavam um dia a dia normal e sadio e o destruíram por causa do vício. Uma realidade que acende o sinal de alerta para as autoridades intensificarem os meios de prevenção e atendimento. O Diário Catarinense esteve em fazendas do Centro de Recuperação de Toxicômanos e Alcoólicos (Creta), em Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, e ouviu dependentes em tratamento e especialistas. A conclusão é que, de uns anos para cá, o crack deixou de ser droga marcante dos grandes centros urbanos e em que os seus consumidores eram pessoas marginalizadas. Hoje, a droga também deixa reféns em cidades menores e do interior. Os alvos são adolescentes, trabalhadores e até mães. — Notamos que, a partir de 2002, o crack passou a ser levado também para as áreas distantes das metrópoles e zonas rurais. Há uma geração mais nova de cortadores de eucalipto e trabalhadores de plantações de cebola que usam para melhorar o desempenho na atividade agrícola. Mas acabam perdidos — assinala Sigwalt Filho, consultor e coordenador do Recanto Silvestre, comunidade terapêutica em Biguaçu. Nas fazendas do Creta, funcionários afirmam que o número de internos do interior chega a ser maior do que os da Capital ou de outras grandes cidades. É fácil cruzar com um ou outro morador de alguma cidadezinha catarinense e que nunca andou antes pela Grande Florianópolis. Mas, quando o assunto é o crack, falam com naturalidade e conhecimento dos seus efeitos aos usuários. A maioria experimenta antes o álcool, a maconha e a cocaína. Os problemas com maior incidência pelo Estado ainda são com o alcoolismo, diz Maria Cecília Rodrigues Heckrath, coordenadora estadual da Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde. Santa Catarina não tem números ou estatísticas sobre a presença do crack nas cidades. Maria Cecília nota que nas de divisa ou fronteiras, como nas regiões Norte e Extremo-Oeste, a presença da droga é mais intensa. — São regiões de rotas do tráfico e a facilidade de encontrar a droga é maior. A política do Estado é fortalecer os serviços existentes de atenção básica onde essas pessoas moram — diz a coordenadora. Assistência deve chegar às pequenas cidades Se nas grandes cidades o tratamento dos usuários já é difícil, nas cidades pequenas pode ser ainda mais complicado. Em apenas 170 das 293 cidades catarinenses há profissionais de saúde habilitados para tratar com dependentes de drogas. O ideal, admite Maria Cecília, é que todas as cidades contassem com os chamados núcleos de apoio da saúde da família e os leitos psiquiátricos. Ela acredita que a assistência poderá melhorar com a adesão das cidades a programas como o de redução de danos, estratégia de informação aos usuários sobre os riscos do consumo. Especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo e considerado referência no tratamento ao crack em Santa Catarina, o médico psiquiatra Marcos Zaleski vê a necessidade de aparelhar os municípios e capacitar os profissionais de saúde para frear o problema. Para Zaleski, as políticas públicas são fundamentais, além da massificação da informação sobre as drogas. Ele cita a importância de campanhas como a Crack, Nem Pensar, do Grupo RBS. Defende ainda que o tratamento seja feito o mais cedo possível de quem usa maconha e cocaína. Segundo Zaleski, essa foi uma forma que países como a Suécia encontraram para evitar a existência de futuros usuários de crack. A pedra chegava por mototáxis Ela era uma menina exemplar. Estudava, ajudava em casa e ainda praticava esportes — gostava de jogar handebol e vôlei. Adulta, conquistou emprego e o seu próprio sustento. A moradora de Concórdia, no Oeste, teve uma reviravolta negativa em sua vida aos 25 anos. Por influência de um namorado usuário de drogas, passou a consumir maconha e, depois, o crack. O que parecia impossível em sua vida aconteceu: perdeu o rumo, o emprego e a vida pessoal e familiar. Ela afirma que precisou se prostituir para comprar o crack. Segundo revela, em Concórdia, a pedra chega aos consumidores por entrega em mototáxis. Quando era usuária, ficava longe de casa e dos familiares. A dor maior, atesta, foi quando perdeu a guarda dos dois filhos porque a Justiça entendeu que não tinha condições de criá-los. — Só aprendi a dar valor depois que perdi tudo. Hoje, quase morro de saudade dos meus filhos. O crack é a pior coisa que existe e em todo o lugar tem — diz ela, em sua quarta internação. Após tantas recaídas, a mulher de 30 anos agarra-se na espiritualidade para tentar vencer a abstinência que já dura quatro meses. Ela diz que a dificuldade na cidade após o tratamento é conseguir emprego e ter novas oportunidades.
Jornal de Santa Catarina - Diogo Vargas

George Michael se interna em clínica de reabilitação


George Michael, que recentemente teve sua a habilitação suspensa por seis meses após admitir ter feito uso de maconha antes de bater de carro na vitrine de uma loja no mês passado, se internou, por vontade própria, em uma clínica de reabilitação. Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, o cantor terminou um programa de desintoxicação de duas semanas e agora vai se tratar em uma clínica com acompanhamento em tempo integral.
O cantor escreveu aos fãs uma carta em que diz estar se tratando e que buscou aconselhamento.
Os policiais que registraram a ocorrência disseram em juízo que o cantor estava fora de si logo após a colisão. “Ele não tinha consciência que havia batido em uma loja” afirmou o policial que teve que avisar ao cantor o que havia acontecido. “Ele estava com olhos arregalados, confuso e muito suado” completou.
O cantor deverá voltar em setembro ao tribunal de Highbury Corner, em Londres, para saber sua sentença. George corre o risco de ir para prisão. Fonte: EGO

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pesquisa aponta perfis de usuários de crack e consequências da droga


Entorpecente está em todas as camadas sociais.Análise foi feita durante um ano e meio.
Especialistas consideram o consumo de crack um problema de saúde pública. A solução, ou pelo menos uma diminuição significativa do número de casos de dependência, é um desafio para as autoridades.
Uma pesquisa desenvolvida pela PUC Minas abordou o assunto. O professor Luis Flávio Sapori, sociólogo, coordenador da pesquisa e do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da universidade, e a professora e antropóloga Regina Medeiros comentam sobre a análise que aborda o assunto.
“Os trabalhos foram realizados ao longo de um ano e meio – de dezembro de 2008 a julho de 2010 – com recursos do Governo Federal e que envolveram professores do curso de Ciências Sociais da PUC e de pesquisadores do Centro Mineiro de Toxicomania (CMT)”, explicou Sapori. O objetivo foi saber como o consumo do crack impacta na segurança e na saúde pública.
“Uma das conclusões é de que não é possível ter um perfil do paciente que usa a droga. Identificamos três diferentes. O psicótico, que tem comprometimento mental por causa do uso do crack. O segundo é o marginal travestido de usuário, que é aquele que, de certa forma, comercializa a droga e vive fugindo da polícia. O terceiro é o que chamamos de neurótico compulsivo, do tipo de paciente que quer tratamento e tem consciência da sua situação”, disse a antropóloga Regina Medeiros.
A especialista fala ainda que, anteriormente, o crack estava relacionado à população mais pobre, aos negros. Atualmente, a droga é encontrada independentemente de sexo, cor, posição social. “A situação é ainda mais grave”, disse Regina.
Sapori falou que o tratamento é muito difícil porque as pessoas estão despreparadas e precisam de um saber aprimorado e de definir metodologias.
“A pesquisa concluiu que o efeito da droga gera violência. O tráfico gera uma epidemia homicídios e roubos”, destacou Sapori.
Segundo a pesquisa, o crack gera um endividamento muito grande por causa da compulsão do usuário. “Daí vem os homicídios. O efeito da droga é muito rápido e a pessoa tem o desejo de consumir compulsivamente. A princípio ele é barato, mas, depois, sai caro”, completou Sapori.
Sapori finalizou dizendo que o problema do crack é um desafio para o próximo presidente da República e que merece uma ação na segurança e na saúde públicas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Seminário Diga Não ao Crack – apresentando soluções



Parceira da Fundação Frei João Batista Vogel/Rádio São Francisco no projeto “Diga Não ao Crack” desenvolvido no primeiro semestre deste ano, a Prefeitura Municipal de Anápolis por meio da Secretaria Municipal de Educação volta a participar da extensão do projeto, desta feita em formato de seminário. Na primeira etapa, o projeto envolveu os alunos do 1° ao 9° anos do Ensino Fundamental das escolas da rede municipal através de um amplo concurso de redação com temas relacionados às drogas. Toda a comunidade escolar foi mobilizada. Alunos de 14 escolas participaram do concurso, inscrevendo 195 trabalhos.
Agora, o projeto com a participação de alunos – dois representantes de cada escola – se aprofunda na preocupante questão das drogas. As instituições parceiras promovem o Seminário Diga Não ao Crack – apresentando soluções. Com apoio do Juizado da Infância e Juventude, o Seminário será levado a efeito no dia 25 deste mês, das 08 às 12 horas o auditório do Senac.
A secretária de Educação, professora Virgínia apóia a iniciativa e considera importante a participação dos estudantes nas discussões. “Somente com a conscientização é que vamos combater eficazmente o problema já instalado e evitar novos envolvimentos no futuro”, salienta. Fonte: Assessoria de Comunicação/SEMED

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PAC do Crack só vai apagar incêndio


A lei que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack foi assinada pelo Presidente Lula em 20 de maio.


Desde então, surgiu entre os profissionais especializados na abordagem da dependência química aquilo que a psiquiatra Ana Cecília Roselli Marques chama de “briga de foices”: gestores de hospitais e equipes de saúde discordam de algumas medidas impostas e consideram outras inócuas. Coordenadora do Departamento de Dependência em Álcool e Drogas da Associação Brasileira de Psiquiatria, Ana Cecília afirma que uma política nacional anti-drogas não pode, como acontece com o “PAC do crack”, voltar-se quase que exclusivamente para o manejo dos dependentes, com propostas remediadoras, enquanto o Brasil vive uma onda crescente de novos usos. “Ninguém começa fumando crack”, ela afirma, propondo mais atenção à prevenção e à geopolítica das drogas. “O que está acontecendo nas nossas fronteiras? A droga entra sem nenhuma fiscalização. E como o mercado interno vai se virar com a cocaína, que é cara? Fazendo crack”, afirma, alertando para o baixo custo, no Brasil, da mão-de-obra e dos produtos necessários para o refino. O blog #CentroAvante conversou com Ana Cecília sobre o aumento recente no consumo de crack, registrado por institutos de pesquisa, e saber de que maneira o poder público municipal poderia gerir com mais eficiência a questão da Cracolândia.#CentroAvante: O Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, lançado recentemente pelo Governo Federal, trará subsídios importantes para o encaminhamento da população que povoa a região do Campos Elíseos conhecida como Cracolândia? Ou será mais uma política sem resultados?Ana Cecília Roselli Marques: O escritório da ONU responsável pela questão das drogas, o UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime), envia todo ano ao governo brasileiro um relatório avisando qual será a prevalência do consumo de drogas aqui e nos países vizinhos. E há muito tempo, pelo menos há oito anos, o governo tem sido avisado de que será preciso lidar com o aumento do consumo dos estimulantes, não só da cocaína, mas também das anfetaminas, como o ecstasy. Ele também recebe um relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) que coloca álcool e tabaco no topo dos fatores responsáveis pelas doenças que acometem nossa população. Ora, é óbvio que o governo tem diversas prioridades, mas em nenhum momento nos últimos dez anos ele deu a devida atenção a essas informações. Se tivesse dado, teria aplicado uma fatia maior do dinheiro público no enfrentamento desse problema há mais tempo, buscando o controle de uma onda, já anunciada, de consumo do crack. O plano nacional, que eu chamo de “PAC do Crack”, olha só para o incêndio, quando poderia ter surgido antes como forma de prevenção. Sua visão é pontual e muito reduzida, assim como as medidas são o mais emergenciais possível.#CentroAvante: Como é a situação atual do Brasil no que se refere ao uso de drogas segundo o relatório do UNODC?Ana Cecília: O consumo de drogas ilícitas vem aumentando a cada ano no Brasil. É o único pais da America Latina em que isso acontece segundo o relatório de 2009. Os outros países estacionaram ou reduziram o consumo. A gente está no centro de um continente plantador de cocaína. A cocaína é plantada na Colômbia, na Bolívia ou no Peru e é trazida para ser manufaturada aqui, porque aqui a mão-de-obra é barata, os produtos químicos utilizados para se obter a cocaína da planta são baratos. O Brasil tinha de olhar para essa geopolítica das drogas ao traçar seu plano de abordagem do problema.#CentroAvante: O crack não deveria ser o objeto central dessa política?Ana Cecília: Não o seria se houvesse uma política de prevenção no Brasil. Ninguém começa fumando crack. A gente tinha de se preocupar com álcool e tabaco em primeiro lugar. O adolescente fuma um cigarro, depois um cigarro de maconha, depois se torna usuário de álcool, de cocaína e só na ponta vem a pedra de cocaína, que é o crack. Como a gente não chega ao crack? Com uma política de prevenção, e não só com política assistencial, que é necessária agora porque vivemos um aumento desenfreado do consumo do crack. A gente só está olhando para a ponta do iceberg.#CentroAvante: A UNODC não tem uma rubrica exclusiva para o crack, incluindo-o nas estatísticas de cocaína e derivados. Como se pode quantificar esse aumento no consumo de crack a que a sra. se refere?Ana Cecília: São feitos levantamentos nacionais. Há dois levantamentos domiciliares feitos pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da Unifesp, um em 2001 e outro em 2005, segundo os quais dobrou o consumo de crack nesse período. Esses estudos são feitos nas capitais, apenas, mas valem como referência. E a cidade de São Paulo mantém a mesma evolução. E o plano nacional tem uma visão parcial do problema ao ir apenas atrás do crack, quando tinha de se preocupar em redirecionar a atual política nacional anti-drogas, desenhada em 2004 e completamente ultrapassada.#CentroAvante: Trata-se de um pacote de propostas remediadoras?Ana Cecília: Exatamente. Uma política anti-drogas deve incluir medidas preventivas, assistenciais e repressivas. O que está acontecendo nas nossas fronteiras para explicar esse aumento da disponibilidade da droga para o Brasil? A droga está entrando sem nenhuma fiscalização. E como o mercado interno vai se virar com a cocaína, que é uma droga cara? Fazendo crack, que é barato. A política tinha de discutir a economia e a geopolítica das drogas, porque aí a gente ia se preocupar com fronteira, com os produtos utilizados no refino, com todos esses detalhes. Do jeito que está, eles podem investir os R$ 4 milhões divulgados que não vão resolver o problema do crack.#CentroAvante: Que tipo de medida está sendo proposta?Ana Cecília: Em geral, promete-se colocar mais dinheiro em estruturas que já existem. Não há nada novo. Vão colocar mais recursos no tratamento de dependentes, por exemplo, e na criação de leitos destinados ao tratamento de usuários de crack em hospitais gerais. Eu, particularmente, tenho uma série de restrições em relação a isso.#CentroAvante: Por quê?Ana Cecília: O leito em hospital geral nunca foi possível sequer para álcool. Vai ser para crack, que é um paciente ultra-agitado e cuja síndrome de abstinência cursa com psicose, durante a qual o paciente fica muito dissociado da realidade e muito mais irritado do que os dependentes de álcool?#CentroAvante: Mas a internação em hospital geral é contraindicada porque o paciente tumultuaria o ambiente ou porque não funciona?Ana Cecília: Não há equipe treinada nem ambiente específico para isso. Qualquer dependente de droga precisa de um ambiente calmo, silencioso e protegido, onde ele seja muito bem cuidado por uma enfermagem atenta o tempo todo.#CentroAvante: Igualzinho ao ambiente de qualquer hospital público.Ana Cecília: (Risos) Idêntico. Eu fui clínica antes de me especializar em psiquiatria e jamais consegui internar um dependente de álcool em uma enfermaria. A enfermagem tinha medo dos pacientes, não sabia manejar, e os médicos do hospital não querem ficar com o paciente. Imagina de crack! Pergunta se o gestor quer? O meu sonho é que houvesse enfermaria para dependente em hospital geral, é tudo o que eu queria, porque haveria todos os especialistas ali para me ajudar. Mas, para isso, precisa mudar toda a cultura. Não vai dar certo pegando dinheiro do programa integrado de enfrentamento ao crack. É uma briga de foice, porque a lei está aí, com portaria federal e vereador propondo leis municipais no mesmo sentido e, por outro lado, médicos despreparados, enfermeiros (despreparados), o gestor fazendo contas (para calcular o prejuízo que vai ter) e no meio de tudo isso o coitado do paciente que vai continuar mal assistido.#CentroAvante: Sem o aumento do número de leitos, parte dos dependentes de crack que povoam a chamada Cracolândia vão continuar morando na rua, mesmo aqueles que desejam iniciar um tratamento de reabilitação?Ana Cecília: Sim. Parece que é isso o que tem acontecido. Minha proposta seria a integração, a criação de um consórcio de instituições ligadas às secretarias de Saúde, Assistência Social, Justiça, todo mundo participando com um pedacinho, para a gente poder tirar o cara da rua e colocá-lo em um albergue especializado, uma vez que esses dependentes também não são aceitos nos albergues comuns.#CentroAvante: Precisaríamos, antes, criar esses albergues especializados?Ana Cecília: Certamente. São as chamadas moradias assistidas, que existem em vários países e que já foram propostas aqui. A Unifesp criou uma na Vila Mariana e está começando a estruturá-la, em parceria com o Caps (Centros de Atenção Psicossocial do Município) e com equipes que se conversam.#CentroAvante: Os dependentes de crack só podem ser encaminhados para internação, seja nos hospitais gerais ou nas moradias assistidas, se concordar com o tratamento?Ana Cecília: Não necessariamente. Se ele estiver em risco de morte ou colocar alguém em risco, as autoridades municipais podem tirá-lo da rua e encaminhá-lo para internação. Principalmente se for criança ou adolescente. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) protege qualquer instituição que queira cuidar de um indivíduo em vulnerabilidade.#CentroAvante: Resumindo, um pouquinho desses R$ 4 milhões poderiam ir para as moradias assistidas?Ana Cecília: Ai, podiam, viu…Fonte: Época

terça-feira, 24 de agosto de 2010

REVISTA DA MONICA


Em anexo e reproduzido abaixo, um material muito bem-feito sobre droga; excelente, principalmente para as crianças.a - fiel ao que se passa;b - define muito bem os papéis sociais envolvidos (família - escola - grupos de referência);c - orienta sobre procedimentos, linguagens e valores (em detrimento de posturas moralistas);d - dotado de linguagem didática; portanto, de fácil compreensão.Como sempre, o Maurício consegue ser Fabuloso (= ele conta as coisas, por meio de fábulas geniais!).Por favor, veiculem! Nunca se sabe quem pode estar precisando...DIVULGAR BOAS AÇÕES É DEVER DE TODOS NÓS!!Obs.: após abrir o link, clique em "capítulo" no lado de baixo à esquerda para passar as páginaslink:http://www.monica/. com.br/institut/ drogas/ Silvia PontesPresidente do Conselho Municipal Antidrogas da Cidade do Rio de Janeiro - COMAD-RIOPraça Pio X, 119 - 7º andar - CentroCEP 20.040-020 - Rio de Janeiro - Brasil

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Crack têm se disseminado rapidamente


Essa droga é sete vezes mais potente que a cocaína e também mais cruel e mortífera. O usuário chega a viciar no primeiro uso.Desafeiçoado. Escondido pelo escuro da noite e feliz pela ilusão da droga. É tarde, e cada esquina vira boca de fumo. O crack tomou conta. Não se tem acepção de idades. São milhares de crianças, jovens e adultos encolhidos em qualquer canto, iluminados apenas por um palito de fósforo aceso. “A gente pensa que aqui quase não tem viciados em crack. Aí é que a gente se engana. Tem crianças usando crack até na escola.” Relata Jordão Vittor, 26, morador do bairro Santa Lúzia.O crack é a mistura de cocaína refinada com bicarbonato de sódio que resulta em grãos que são fumados em cachimbos ou latas. Seu efeito pode ser de cinco a sete vezes mais potentes que a cocaína, entretanto, também é mais cruel e mortífero. Durante 10 minutos, no máximo, o usuário sente uma sensação eufórica e excitante, seguido de depressão, delírio e a necessidade de repetição da dose, quase instantaneamente.P. tem somente 17 anos e já é viciado há dois, atualmente, usa cerca de 60 pedras de crack por dia. Todo sujo, usa dialetos, fala alto e olha de lado, mas não é agressivo, apesar de estar sob efeito da droga.Ele é tão novo e já sem esperanças, sem expectativa de vida, sem rumo. “Eu fico bem quando uso. Depois percebo que não tenho vida, aí fumo de novo. Se eu morrer agora, vou morrer feliz”.Em um passado bem recente, somente pessoas desprovidas de dinheiro é que eram dependentes do crack, já que é uma droga barata, custando de 5 a 10 reais a pedra. Hoje, esse perfil mudou. Agora as classes média e alta também são escravos do crack. “Antes era só na favela, hoje você vê os ‘playboys’ comprando a pedra”, alerta P.Segundo o psiquiatra especialista em dependência e saúde mental Paulo Soares Gontijo o crescimento exagerado do consumo se deve ao fato do custo ser baixo e da mobilidade do tráfico. “Quanto mais barato, maior o consumo. Quanto mais consumo, maior a procura por tratamento”, explica.Apesar de ser um valor relativamente baixo, o viciado começa a vender seus pertences, fazer trocas e até furtos já que existe um interesse compulsivo em usar outras pedras. “Tem pessoas que vende até o telhado da casa para comprar droga”, diz P.Crack em BarreirasQuando não há mais esperanças de uma vida melhor, os jovens buscam no efeito momentâneo do crack, um motivo para sorrir. “A meu ver isso acontece devido à falta de oportunidade, a falta de possibilidade de que um dia a vida possa melhorar, e se essa pessoa não tiver uma vida com estrutura familiar e social bastante firme, o que acontecerá é que ela logo cairá nessa armadilha chamada crack”, disse o Delegado Regional de Barreiras Dr. Jorge Aragão ao jornal Novo Oeste.Em Barreiras, no Oeste da Bahia, o uso do crack não está tão disseminado quanto na capital baiana, Salvador, onde o consumo aumentou 140%. Em Brasília (DF) com aumento de apreensão de pedras de crack em 175% em apenas um ano; e Goiânia (GO), onde existem 50 mil usuários, cerca de 4% da população. Segundo o Dr. Jorge Aragão são através dessas cidades que a droga chega até Barreiras, entretanto, ainda não existe indícios de que haja pessoas ricas ou autoridades envolvidas no tráfico. “Em Barreiras, o que existe são traficantes que vendem nos seus setores, em pontos de bairros, mas nenhum que possa abastecer a cidade inteira. Apesar de o lucro ser bastante alto, não temos informações de que exista um grande ‘barão do crack’ na cidade”.Como essa é uma droga barata, maior é o consumo, principalmente por usuários de baixa renda, segundo o delegado, os de classe média alta ainda estão usando cocaína e maconha. “O crack aqui em Barreiras continua sendo uma droga consumida por usuários de baixa renda. Temos feito “batidas” principalmente nos bairros periféricos como: Vila Rica, Santo Antônio, Vila Amorim, Santa Luzia, Sombra da Tarde, Vila Nova, Vila Brasil, bairros cuja situação nos deixa mais preocupados”.Na tentativa de abolir o crack, a polícia Civil tem trabalhado em operações semanais, na maioria das vezes, com registro de flagrantes e como consequência, a prisão dos traficantes.[Autor:Simonny SantosFonte:Jornal Nova Fronteira

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

NOVELA = REALIDADE DO DIA A DIA



Danilo vai fugir da clínica de recuperação e começará a usar crack


Danilo (Cauã Reymond) vai chegar ao fundo do poço como usuário de drogas em ‘Passione’. “Ele está usando várias drogas. Começou com estimulantes, depois foi para os opiáceos (substâncias derivadas do ópio) e as alucinógenas (sintéticas ou naturais, capazes de atuar sobre o sistema nervoso de forma ainda não muito bem conhecida), logo vai cair no crack e aí será a sua decadência completa”, disse o autor Silvio de Abreu para o jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro.
O ciclista, que foi internado no capítulo da última quarta, fugirá já na sexta-feira (20). Ele aproveita um momento de descuido dos enfermeiros para sair doquarto. Vestindo um jaleco branco, consegue se misturar às outras pessoas e deixa a clínica sem chamar atenção. Vai direto atrás de Boca (Samuel Vieira) comprar drogas, mas está sem dinheiro.

sábado, 14 de agosto de 2010

Gêmeos viciados em crack se acorrentam para pedir ajuda




Dois irmãos gêmeos, de 18 anos, se acorrentaram no início da tarde de hoje à Prefeitura de Pelotas. A família realizou o ato para solicitar ajuda aos rapazes que são usuários de drogas desde os 15 anos.

Grande parte dos móveis da casa da família do bairro Guabiroba já foi vendida pelos rapazes para compra de crack. A mãe dos jovens, que trabalha como emprega doméstica, já internou os filhos três vezes em unidades terapêuticas, mas em todas as vezes os pelotenses tiveram recaídas. Sancler Ebert, Zero Hora.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Combate ao crack é tema de caminhada em Jaboatão


A concentração acontecerá às 14h, na sede da Prefeitura, em Prazeres.
Despertar a população pelo combate ao consumo e venda do crack será a bandeira principal levantada pela Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes junto à sociedade civil nesta quinta-feira (12). O tema será debatido e defendido com uma grande caminhada em parceria também com os Conselhos Tutelares, o Ministério Público, a Vara da Infância e da Juventude, e o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. O evento intitulado como “Juventude contra o crack, caminhada pela paz”, irá comemorar ainda o Dia Internacional da Juventude.
A concentração acontecerá às 14h, na sede da Prefeitura, em Prazeres. O percurso inicia às 15h, seguindo até o terminal de ônibus de Cajueiro Seco.
Para o encontro, o Governo Municipal mobilizou a participação dos jovens junto aos familiares e amigos nos Projovens, nas comunidades e escolas municipais. “Acordar a sociedade quanto aos fatores prejudiciais causados pelo consumo da droga, principalmente nos setores social e de saúde é o nosso maior intuito”, destacou a gerente de Juventude de Jaboatão, Luciana Cavalcanti. De acordo com o secretário da Juventude, Eduardo Porto Júnior, o tema também irá ser atrelado à questão da violência no município.
“É uma forma de alertar a população sobre a dimensão do consumo da droga em Pernambuco e propor um compromisso direto com os próprios jovens para fazerem parte desse combate”, ressaltou o secretário. Após a caminhada, os participantes irão também assistir vídeos que retratam o tema sob vários aspectos, com depoimentos de artistas alertando sobre o uso da droga.
O surgimento do crack aconteceu no início da década de 80 e o consumo da droga acabou se tornando maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Com o aumento do uso desta droga, o Governo Federal decretou o crack como um problema de saúde pública e não mais de segurança. (Secom/Jaboatão)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CRACK CAMPANHA IGNORA RECUPERAÇÃO DE VICIADOS



A campanha pode até ter uma motivação nobre, mas não pegou bem o texto de outdoors distribuídos em diversos pontos da cidade. A peça, que diz “Crack é cadeia ou caixão” causou polêmica entre familiares, policiais e profissionais que lutam em favor da causa da recuperação de jovens usuários de substâncias psicoativas. Histórias de jovens ex-usuários de drogas que, com apoio da família e tratamento adequado, conseguiram curar-se e reintegrar-se à sociedade são exemplos de que os sonhos de centenas de famílias são possíveis. Relatos como os do cantor da recém-dissolvida banda Bué da Fixe, Allan Spínola, ex-viciado em crack e que recorreu a um programa de TV para pedir ajuda. Quase cinco meses após o apelo, o jovem está curado e agora mora em Lisboa, onde faz planos de refazer os trabalhos como profissional da música. “Ele está ótimo, já até engordou. O semblante de meu filho, hoje, é de saúde”, comemorou a mãe do jovem, Cristiane Maria Spínola Mota. Informações do A Tarde.

CRACK MORTE DE 30% DE USUARIOS EM 5 A NOS


Pelo menos 180 mil usuários de crack poderão morrer no Brasil nos próximos anos se não houve um trabalho sério para a criação de estrutura de atendimento a eles.
Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, são aproximadamente 600 mil usuários.A situação é grave e levou o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) João Carlos Dias, a defender durante um programa de rádio na manhã de ontem, a adoção de uma política de prevenção a longo prazo. Segundo ele, “o crack é crônica da morte anunciada”.
Conforme constatação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que há 15 anos acompanha 131 usuários identificados desde o início dos anos 90, cerca de 30% desse universo são mortos nos primeiros cinco anos de uso.
“Essa é uma droga cuja dependência é muito grave e dificilmente o usuário consegue interromper o uso sem uma rede de tratamento muito bem organizada”, destacou. Ainda não existe no país uma estrutura de médicos, psiquiatras, assistentes sociais e bons hospitais para que o atendimento seja completo e tenha resultado, segundo o psiquiatra.
Os parentes também se transformam em vítimas, a partir do momento em que têm de encontrar algum tipo de tratamento para os usuários. “Se esse estudo puder servir para avaliar o que ocorre no Brasil, como um todo, teremos a morte de pelo menos 180 mil usuários de crack nos próximos anos”, acrescentou.
Para o psiquiatra, o lançamento do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) terá mais R$ 100 milhões para ampliação de Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e do atendimento a jovens em medidas sócio educativas vem em bom momento. No total, serão disponibilizados R$ 410 milhões para ações de assistência social, saúde e repressão ao tráfico. (FONTE BLOG PRIMO GÊNIO http://primogenio.blogspot.com )

Prostituição para comprar crack



Prostituição para manter vício é novo As usuárias de maconha estão migrando para o crack, muitas delas enganadas por traficantes. Elas estão comprando cigarros mesclados, que contêm pequenas pedras da droga misturadas à maconha, o que as induz a se acostumarem e a procurarem entorpecentes que viciam rapidamente.
A Polícia Civil tem conhecimento desse procedimento adotado pela maioria dos traficantes e já realizou apreensões desse tipo de cigarro, conforme confirma a delegada Rosely Baêta Neves, policial com mais de 20 anos de experiência e há três na Divisão Antidrogas do Estado. Ela afirma que a mescla é vendida em todas as regiões de Belo Horizonte e algumas das principais cidades do interior.
“A realidade é que muitas mulheres, menores também, estão se prostituindo para conseguir pedras de crack. As mulheres são as grandes vítimas do tráfico e os traficantes viciam as usuárias com facilidade, lembrando que duas ou três pedras fumadas serão suficientes para deixar a pessoa dependente. Não temos mais só o usuário de maconha. As pessoas estão sendo induzidas a usar crack com os mesclados”, observa.
Ela afirma que a prostituição está intimamente ligada ao crack. Muitas, sem dinheiro, concordam em vender o corpo em troca de pequenas quantias em dinheiro para comprar as pedras.
Enquanto outras, aliciadas por traficantes, não só consomem a droga como vendem pedras para os homens com quem fazem programas. São comuns e dramáticos, também, os relatos de mulheres que concordam em fazer programas com a única intenção de receber pedras da droga como pagamento.
Em Minas Gerais, segundo a policial, regiões como Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Sul de Minas e Zona da Mata são as que mais registram ocorrências de prisões de prostitutas de alguma forma envolvidas com o uso e o tráfico de crack. Prostitutas que vendem crack são consideradas pela polícia, conforme afirmou a delegada Rosely, “mulas dos traficantes”. “O Estado de Minas Gerais inteiro está contaminado com essa situação”, ressaltou a delegada. “As zonas boêmias de várias cidades do interior, a capital, principalmente na Região da Pedreira Prado Lopes, e partes do Centro da capital estão entre as que mais registram ocorrências desse tipo. E a situação está piorando a cada mês”, preocupa-se.
Além de serem induzidas por namorados, companheiros e maridos, observa a delegada, muitas mulheres entram para o mundo do crack convencidas por irmãos ou parentes próximos, que já estão no tráfico. São comuns registros de casos de famílias inteiras nesse mundo. Quando os homens são presos, as mulheres assumem o comando, o que, ainda conforme Rosely Baêta, tem provocado muitos assassinatos de mulheres traficantes. “O interessante é que quando o homem é preso por tráfico, a mulher, quando não está envolvida com drogas, assume o comando da casa e continua criando os filhos.
Mas quando ela é presa por tráfico, acontece muito de os seus companheiros desaparecerem, deixando os filhos sem assistência e a companheira abandonada.”
“ Eu estava sem alma, sem nada”
A delegada de Tóxicos, Rosely Baêta Neves, aconselha aos pais vigiarem de perto os passos de suas filhas adolescentes. Nessa fase é comum a adolescente frequentar festas raves e shows, em companhia de namorados que, muitas vezes, já estão envolvidos com drogas e acabam convencendo suas companheiras a experimentarem. No final da década passada, segundo a policial, era comum o registro de ocorrências de apreensões de maconha.
Mas, desde o fim dos anos 90, a disseminação do crack está avançando rapidamente, e muitos jovens que ingressavam no mundo das drogas através da maconha atualmente já experimentam, com pouca idade, o crack, que é uma droga que vicia rapidamente e cria uma dependência cruel, principalmente quando a usuária está ainda na adolescência. “Na maioria das vezes, as mulheres são levadas para as drogas pelos companheiros que as convencem a experimentar o crack uma vez . E isso é o bastante”.
C., 39 anos, ex-comerciária, secretária e cabeleireira, tem três filhos. Quando adolescente, já era consumidora de cocaína. Mas foi em uma visita a uma “boca” da Pedreira Prado Lopes, Região Noroeste de Belo Horizonte, que ela teve o primeiro contato com o crack. Ela já comprava cocaína no aglomerado e era conhecida dos traficantes, tendo, portanto, “passe livre”.
“Eu me lembro muito bem, porque era uma noite de Natal. Depois que eu comprei umas pedras para a minha amiga, consumi a minha ‘farinha’ (cocaína) ao lado dela, que estava fumando crack. Ela insistiu para que eu fumasse uma pedra também. Eu não queria usar o crack, porque tinha ouvido muitas histórias sobre o perigo dessa droga, que vicia logo da primeira vez. Mas acabei fumando e gostei, infelizmente. A partir daí, continuei só com o crack. A minha amiga tinha uma boa condição financeira e comprava a droga para ela e para mim.”
A ex-comerciária contou que começou a usar drogas muito cedo. Aos 13 anos já consumia bebida alcoólica com colegas, em festas e em reuniões de adolescentes. A família não sabia o que estava acontecendo, e a liberdade e o fato de nenhum parente saber encorajaram C. a usar maconha. Aos 19 anos, já era usuária de cocaína. A primeira experiência com o crack aconteceu em 2002 e, desde então, a ex- comerciária luta para se ver livre do estigma de usuária de drogas. Ela conta que perdeu tudo que havia conquistado: família, empregos, amizades, e, no lugar onde morava, passou a ser ignorada pelas pessoas.
C. não esperava, mas a única pessoa que se preocupava com ela era o filho mais velho, que passou a acompanhar os passos da mãe prisioneira do crack e se transformou em uma tábua de salvação na qual C. está agarrada até hoje.
“O pior aconteceu quando comecei com a prostituição, quando perdi a minha alma. Imagina que uma vez eu estava drogada e tentei o suicídio. Outra vez caí de uma ponte com seis metros de altura, também drogada, e não sei o que me salvou da morte. Drogada, eu frequentava bares onde era humilhada, e fui expulsa de vários deles.
Atualmente tenho como verdadeiro amigo o filho mais velho, que me dá conselhos e me ajuda muito. É com a força que ele me dá que eu tenho certeza de que vou me recuperar. Veja bem como são as coisas: normalmente a mãe se preocupa e ajuda o filho a não fazer as coisas erradas e resolver problema. No meu caso, quem está me valendo é o meu filho. Estou com quase 40 anos e agora me lembro dos conselhos que o meu filho me dava, e eu não dava importância. Mas eu estava sem alma, sem nada”, disse.
“Quando melhorei, voltei para casa e pedi arrego. Falei com minha mãe que não aguentava mais e queria mudar. Ela, com medo de que eu saísse e voltasse a consumir crack, trancou as janelas e as portas da casa. Nem me lembro quanto tempo passei no quarto, no escuro. Eu estava acostumada a arrebentar tudo, para sair de casa para fumar o crack. Era uma situação terrível. Eu havia me transformado em um monstro.” informações do Hoje em Dia.
m Minas

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Número de usuários de crack chega a 600 mil no Brasil


Associação Brasileira de Psiquiatria alerta para a necessidade de atendimento aos dependentes químicos.
Existem cerca de 600 mil usuários no país, segundo estimativas do Ministério da Saúde. Por esta razão, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) alerta sobre a necessidade de uma política de longo prazo voltada à prevenção do consumo da droga. “O crack é a crônica da morte anunciada. Há muitos anos temos anunciado essa realidade ao governo. Sabemos efetivamente que não darão conta do problema sem uma política a longo prazo”, ressaltou, nesta segunda-feira (9) o diretor da ABP, João Carlos Dias, durante entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.Ele classificou a dependência a essa droga como “muito grave” e afirmou que dificilmente o usuário consegue interromper o uso sem um bom tratamento. “Para isso é necessário que haja uma estrutura de médicos, psiquiatras, assistentes sociais e bons hospitais para que o atendimento seja completo e tenha resultado, algo que hoje infelizmente não existe”, completou.Estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que acompanha há 15 anos os primeiros 131 usuários de crack identificados no começo dos anos 90, na capital paulista, mostrou que cerca de 30% deles morreram nos primeiros cinco anos. A maior parte das mortes foi por homicídio. Esse estudo mostrou também as grandes dificuldades que os parentes tiveram em achar algum tipo de tratamento para os usuários. “Se esse estudo puder servir para avaliar o que ocorre no Brasil, como um todo, teremos a morte de pelo menos 180 mil usuários de crack nos próximos anos”, acrescentou.O governo, como forma de reverter essa realidade, lançou este ano o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) terá mais R$ 100 milhões para ampliação de Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e do atendimento a jovens em medidas socioeducativas. No total, serão disponibilizados R$ 410 milhões para ações de assistência social, saúde e repressão ao tráfico.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

OLHA O QUE O CRACK FAZ !



A Justiça do Rio decidiu nesta quinta-feira (5) levar a júri popular o músico Bruno Kligierman Melo, acusado de matar por estrangulamento a amiga Bárbara Chamun Calazans Laino, de 18 anos, em 24 de outubro do ano passado, no apartamento dele, no Catete, Zona Sul da cidade.

A decisão foi tomada pelo juiz Fábio Uchôa Montenegro, da 1ª Vara Criminal do Rio, que considerou que as testemunhas ouvidas em juízo trouxeram indícios suficientes da autoria do crime, apesar de Bruno ter negado os fatos ao ser interrogado.

“Desse modo, restando demonstrada a materialidade do crime de homicídio, assim como indícios suficientes de autoria, impõe-se submeter o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, pois cabe a este Colegiado a análise das provas e a decisão quanto aos crimes dolosos contra vida”, escreveu o juiz Fábio Uchôa na sentença de pronúncia.

Ainda de acordo com a decisão, "a manutenção da prisão de Bruno Kligierman se faz necessária para garantia da ordem pública e a segurança das testemunhas, como também para evitar uma possível fuga".

Laudo de sanidade mental
O laudo de exame de sanidade mental realizado por uma psiquiatra do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho concluiu que o músico Bruno Kligierman, era “inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e inteiramente capaz de determinar-se de acordo com esse entendimento.”

Bruno foi preso ainda no apartamento, na Rua Ferreira Viana, e não resistiu à prisão. A vítima moraria do outro lado da rua com a família. Na delegacia, ele contou que tinha fumado crack momentos antes da discussão. O jovem foi entregue à polícia pelo próprio pai, o produtor cultural Luiz Fernando Prôa.

Defesa tem outro laudo
A psiquiatra atestou ainda que Bruno apresenta “transtorno de personalidade com instabilidade emocional e transtornos mentais decorrentes do uso de múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas”, mas esses transtornos “não guardam nexo causal com o delito do qual é acusado”. Ela afirmou também que não houve perda do juízo da realidade na hora do crime.

A defesa de Bruno apresentou outro laudo, assinado por um psiquiatra forense que está atuando como assistente técnico no processo, que considera que o rapaz era complemente incapaz de entender o que fazia no momento em que matou sua amiga. Com isso, a defesa do músico tentou impugnar o laudo, mas não obteve sucesso.

Acusado diz não se lembrar do crime
Em uma audiência na Justiça em fevereiro, Bruno alegou não se lembrar da ocasião do crime. "Eu estou sofrendo pela perda de uma amiga e pagando pelo que não me lembro", disse ele ao juiz Fábio Uchôa. (Fonte G1)

SAIU NA COLUNA DO ANCELMO NO GLOBO



Pacote anticrack
O ministro Luiz Paulo Barreto acertou a liberação de R$ 410 milhões da União para combate ao crack e a outras drogas. O dinheiro ajudará a aumentar o policiamento especializado nas fronteiras. Deste total, a PF receberá R$ 120 milhões.

CAERN SE INCORPORA À LUTA DE COMBATE AO CRACK


A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) também entrou na luta contra as drogas se integrando ao Movimento Comunitário de Combate ao Crack, que lançou, no último final de semana, em Natal, a campanha “Crack nem pensar”, coordenada no Rio Grande do Norte pela Federação das Entidades Comunitárias de Natal (Fecnat). “O movimento vai se expandir por todo o Estado”, segundo afirma o vice-presidente da Fecnat, Paulo César de Oliveira, que também é diretor da Confederação Nacional das Associações de Moradores.A Caern está colaborando com o evento na confecção de camisas promocionais e na divulgação da campanha durante as edições do programa “Caern na Comunidade”, através de palestras sobre o tema “Crack nem pensar”. A Companhia já dispõe de um grupo que atua no combate às drogas há mais de 20 anos, que tem prestado um eficiente serviço aos colaboradores que necessitam de ajuda. Além da Caern, o Movimento Comunitário de Combate ao Crack conta também com a participação de instituições como a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ADURN), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e sindicatos de diversas categoriais de trabalhadores. O coordenador da campanha no Estado, Paulo César, lembra que “o crack é uma droga pesada, com grande poder de destruição, responsável pela desestruturação da família e pelo elevado índice de assassinatos de jovens em todo o Brasil”. Paulo César adiantou que o movimento vai chegar a todas as regiões da capital e ao interior do Estado. Serão realizadas panfletagens e ministradas palestras educativas e de conscientização, nas escolas, conselhos comunitários, igrejas de todas as denominações, praias e outros locais onde exista a concentração de jovens. A questão das drogas envolve uma série de dimensões que vão da neuroquímica à jurídico-política, refletindo-se na vida dos indivíduos, dos grupos, nos bairros, nas cidades, no meio rural em todos os estados brasileiros. O uso de entorpecentes, em especial o crack, deve ser eliminado com urgência, pois trata-se de uma droga potente e de baixo custo, que leva o dependente a utilizá-la por 20 a 30 vezes por dia, aprisionando o viciado/paciente e seus familiares e amigos.

Osmar Dias propõe parceira com igrejas evangélicas contra drogas


Candidato ao governo do Paraná defende instalação de clínicas gratuitas para população de baixa renda

O presidente de honra da Convenção das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus do Estado do Paraná, pastor José Pimentel de Carvalho, recebeu do senador Osmar Dias (PDT) a proposta do candidato para a formação de parcerias com as igrejas evangélicas visando o combate à dependência química.
“Precisamos mudar a legislação ou a interpretação que a Anvisa está dando a esta lei, porque hoje ela considera clínica de reabilitação e casa de recuperação da mesma forma. A clínica é para a desintoxicação e a casa de apoio dá atendimento psicossocial ”, disse o candidato.
Clínicas gratuitasPela proposta, o governo do Paraná ficaria responsável por instalar clínicas gratuitas para a população de baixa renda e investir recursos para manter e ampliar casas de apoio mantidas pelas igrejas, mais a oferta de cursos de profissionalização para que os dependentes sejam inseridos novamente na sociedade.
Roberto Requião (PMDB), candidato ao Senado, acompanhou Osmar e elogiou o trabalho voluntário das igrejas. “Está dando certo e cabe ao Estado investir nesse processo, mas eu não consegui fazer isso por causa da legislação”.
Curitiba conta hoje com 167 Assembléias de Deus que realizam, além do trabalho de recuperação de dependentes químicos, o cuidado de idosos e creches para crianças. O pastor Pimentel lembrou que as igrejas têm cerca de 480 mil fiéis no Paraná, mais de 40 mil só na capital. Depois, abençoou as candidaturas.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Homens são a maioria no consumo de álcool e crack


Pesquisa inédita em Londrina traça perfil de usuários atendidos pelo Caps.
Os usuários de drogas que procuram tratamento em Londrina são, em maioria, homens, com idades entre 25 e 44 anos e com baixa escolaridade. São viciados principalmente em álcool e crack, convivem com outros parentes usuários e menos da metade buscam tratamento espontaneamente. A maioria não passa um mês em tratamento. Este é o perfil traçado pelo psicólogo Sérgio Ricardo Belon da Rocha Velho em uma pesquisa inédita na cidade, que resultou na tese de mestrado “Perfil epidemiológico dos usuários de substâncias psicoativas atendidos no Caps AD”, apresentada na última quinta-feira, na Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O resultado só não pode ser usado como amostragem do perfil da população usuária de drogas em Londrina porque não contempla as classes de maior renda da sociedade. “Estas não procuram os serviços públicos de saúde”, disse o pesquisador.
Baseado em dados coletados durante seis meses, de 1 de julho a 31 de dezembro de 2008, no Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), onde trabalha, o psicólogo justificou sua
pesquisa partindo do princípio que o desconhecimento sobre o perfil do usuário dificulta ações de prevenção ao uso e o planejamento de uma política pública que realmente atenda as necessidades da demanda. “Os resultados podem contribuir para o redirecionamento das estratégias de prevenção e da atenção prestada por todos os serviços que integram a rede assistencial pública”, explicou.Universo
Do universo de 486 usuários do Caps AD pesquisados, 85,4% são do sexo masculino; 35,2% têm idades entre 25 a 34 anos; e 66,8% têm baixa ou pouca escolaridade (analfabetos e primeiro grau completo). Entre os usuários, 60,7% têm outros dependentes de álcool e drogas na família, sendo que, para 38,9% deles, o pai é o dependente; 25,6% são irmãos; 6,8% a mãe; e 13,3% dos usuários têm que conviver com mais de um parente dependente.
As substâncias mais utilizadas, por ocasião da triagem, foram álcool, 46,1%; e crack, 44,4%. Maconha, cocaína, ansiolíticos e solventes somaram, juntos, 9,5% dos usuários. Entre os usuários do sexo masculino, 46,9% fazem uso de álcool e 42,7%, de crack. Entre as mulheres, a ordem se inverte e o crack passa a ser a principal substância consumida (54,9%) contra 40,8% de álcool.
UBSs faz poucos encaminhamentos
Para Sérgio Rocha Velho, o que mais chamou atenção na pesquisa foi o fato de que, entre os órgãos e instituições que fazem encaminhamentos de usuários ao Caps AD, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ocuparam apenas o quarto lugar. “É mais comum serviços de saúde de maior complexidade fazer o encaminhamento do que as UBSs. A diferença é gritante”, apontou.
Os encaminhamentos feitos por serviços de saúde de maior complexidade (Caps III, Caps I, hospitais secundários e terciários) somaram 27,7%. Encaminhamentos feitos por outros (orgãos judiciais como Conselho Tutelar, Vara da Infância e Patronato, além de instituições públicas e privadas) chegaram a 29,1% e assistência social, 25,2%. As UBSs somaram apenas 13,2% dos encaminhamentos.
Segundo o psicólogo, esse resultado mostra como é frágil a relação existente entre as UBSs e o Caps AD. “Considerando-se que os usuários que apresentam transtornos em decorrência do uso abusivo de drogas recorrem inicialmente às UBSs, que estão próximas da família e da comunidade, o esperado era que houvesse mais encaminhamentos vindos das unidades. Isso mostra que há uma falha no serviço de atendimento primário”, disse.
A diretora de Ações em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Bruna Petrillo, justifica a diferença na percentagem de encaminhamentos entre as UBSs e serviços mais complexos pelo fato dos usuários chegarem aos hospitais em situações de maior gravidade, sob efeito ou em maior risco. “Nas UBSs, nem sempre é possível identificar o usuário”, disse.
A questão está sendo revista com o treinamento de pessoal, mas ainda enfrenta certa resistência dos funcionários de UBS. Segundo a assessora em saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Ângela Lima, os funcionários não se sentem confortáveis em abordar a pessoa porque a maioria não admite o problema.
De acordo com Ângela Lima, o uso de álcool e drogas só passou a ser tratado como uma questão de saúde pública há sete anos, através de reconhecimento do Ministério da Saúde, que criou inclusive os centros de atendimento psicossocial. “Até então, usuários de eram atendidos pela assistência social”, explicou. Agora, o objetivo, segundo ela, é detecção precoce na rede pública e, por isso, os funcionários das UBSs serão capacitados continuamente para fazer as abordagens. “A situação já melhorou muito, mas temos ainda muito o que andar”, justificou.
NÚMEROS
89,6% dos usuários entre 45 a 54 anos fazem uso constante do álcool
78,5% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos atendidos usam crack
69,4% dos usuários de crack fazem uso simultâneo com outras drogas
50,8% dos que procuraram o Caps AD espontaneamente usam crack
48,5% dos usuários são encaminhados por uso abusivo de álcool
Fonte: Jornal de Londrina com a Gazeta do Povo

domingo, 1 de agosto de 2010

EPIDEMIA DE CRACK ESTÁ FORA DE CONTROLE, ADVERTE ESPECIALISTA



Cerca de 1,2 milhão de pessoas fazem uso da droga no país.
Psiquiatra da Uerj diz que atendeu 200 pacientes e só recuperou um.
Aluizio Freire Do G1 RJ
Um fotógrafo profissional de 40 anos, depois de passar noites vagando pelas ruas, evitando as pessoas, não resistiu aos apelos do vício e entregou sua câmera Canon de última geração, avaliada em mais de R$ 20 mil, nas mãos de um traficante. Em troca, pediu 30 pedras de crack. Duas meninas, uma de 8 e outra de 12 anos, satisfaziam todos os desejos sexuais de “craqueiros”, em uma praça do Rio, para ter a droga. Embora os efeitos devastadores do crack sejam conhecidos, nem mesmo os especialistas mais experientes possuem uma receita eficaz para tratar os usuários dessa droga.
“Calcula-se que hoje pelo menos 1, 2 milhão de pessoas usem crack no Brasil. A maioria jovens. A gente não está falando de usuários de uma droga. A gente está falando de uma geração. Acho que estamos despreparados. Estamos de calças curtas. A gente não sabe como lidar com isso”, reconhece a psiquiatra Maria Thereza Aquino, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que durante 25 anos dirigiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad).
“Eu, honestamente, de todos os pacientes de crack que atendi, perto de 200, de 2008 a 2010, só recuperei um”, admite a psiquiatra.
Os dramas dos personagens acima foram relatados a profissionais do Nepad, instituição que capacita professores, desenvolve pesquisas e oferece atendimento psicanalítico e terapêutico aos usuários.
Quanto ao aumento do número de usuários no Brasil, que já contabilizaria mais de 1 milhão de pessoas, Maria Thereza se refere ao estudo apresentado no início do mês passado pelo psiquiatra Pablo Roig, especialista no tratamento de dependentes da droga, durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, na Câmara dos Deputados.
“O crack tem uma extensão assustadora. Existe uma sensação de descontrole, de perda da situação”, afirma Pedro Lima, da Secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.
“É uma coisa que assusta muito a gente. O problema é que quase ninguém sabe como lidar com isso”, emenda a gerente de projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Suelen da Silva Sales, ao anunciar a formação de 900 policiais (militares, civis e peritos) que vão atuar nas fronteiras do país para evitar a entrada de drogas como cocaína e pasta base usadas na produção do crack.
“O crack apresentou nos últimos 5 anos um fato novo em relação aos desafios no campo da saúde. As respostas têm sido heterogêneas, atrapalhadas, precipitadas. É preciso serenidade, pois estamos diante de uma experiência trágica. É uma situação social de extrema gravidade”, alerta o coordenador da área de saúde mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado.
Na semana passada, durante dois dias, um grupo de especialistas, incluindo Pedro Lima, Suelen Sales e Pedro Gabriel, se reuniu na sede da organização não governamental Viva Rio para definir estratégias e formular um documento com orientações de como tratar o problema do crack. As recomendações serão entregue a equipes do Programa de Saúde da Família.
De acordo com os especialistas, de todas as drogas o crack é a mais perversa. Por ser inalada, atinge diretamente o pulmão e o cérebro em cerca de oito segundos.
Como o efeito é rápido, o usuário quer consumir cada vez mais, para manter a sensação de prazer constante. Com a frequência, o usuário se torna dependente em menos de cinco vezes de utilização. As últimas pesquisas sobre a droga mostram que em geral 30% dos usuários de crack morrem nos primeiros 5 anos de uso.
“Quem usa crack está sob a ação de uma cocaína quase 80 vezes mais poderosa do que a cocaína comum”, atesta Maria Thereza Aquino.
“O indivíduo algum tempo depois, três meses depois do uso, começa a ter tosse sanguinolenta, o nariz não para de escorrer, começa a decompor a musculatura, fica com uma magreza só comparável à magreza da Aids. Ele fica frágil, o pulmão arrebentado, o cérebro também sofre pequenas hemorragias. Então, o sujeito pode ter um comportamento errático. O que você consegue perceber no usuário de crack é uma espécie de indigência mental e física muito grande”, analisa a psiquiatra.
Para ilustrar o estado de um dependente de crack em estágio avançado, Maria Thereza costuma contar o relato de um de seus clientes. “Um paciente meu, universitário de 19 anos, estava namorando uma garota que frequentava com ele redutos de consumo de crack. Ele parou e voltou ao lugar para ver se a convencia – ela era de uma boa família – a parar. O rapaz disse que se viu diante da mais pobre menina de rua que já tinha visto. Era uma moça bonita e que estava em três meses completamente acabada. Essa droga provoca uma degradação humana assustadora”, conclui.
Publicado em EM CIMA DA HORA, MOMENTO DE REFLEXÃO, TRIBUNAL DA CIDADANIA, UTILIDADE PÚBLICA
«
»