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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eleitores trocam voto por crack


Uma pedra de crack. Este chega a ser o valor do voto de alguns eleitores do município de Solânea, no agreste paraibano. A denúncia foi feita no início da tarde de ontem pelo juiz Ozenival dos Santos Costa, da 48ª Zona Eleitoral da Paraíba, ao programa Correio Debate, da Correio Sat. Segundo ele, o esquema de compra e venda de votos em troca de crack na cidade é muito bem organizado e seria liderado por traficantes e políticos da região, que chegam a usar mototaxistas para a distribuição da droga. A Polícia Federal (PF) já vem investigando o comércio do entorpecente no município e deverá enviar reforço policial à cidade nas semanas que antecedem o dia da eleição.
De acordo com o juiz, Solânea possui uma grande quantidade de pessoas envolvidas com drogas que, muitas vezes, são utilizadas por cabos eleitorais e até pelos próprios candidatos para trocar votos por crack. “É uma situação constrangedora a gente saber que pessoas são capazes de votar com o objetivo de ganhar uma, duas ou três pedras de crack. É uma infelicidade, mas é uma realidade”, revelou.
Ainda de acordo com o juiz, o problema não é recente na cidade e já teria ocorrido outras vezes em eleições municipais. “Já fizemos, inclusive, denúncia e acompanhamento, marcando em cima as pessoas que eram apontadas como distribuidoras de crack e conseguimos resultados”, acrescentou. Ozenival dos Santos também destacou que a prática ilegal funciona nos quatro cantos de Solânea, porém ele se reservou a não falar os nomes dos locais, para não prejudicar o trabalho da PF. “A questão do uso da droga para troca em voto vem de políticos envolvidos diretamente com consumidores e traficantes”, atentou.
Para Ozenival dos Santos, o comércio de votos fere a democracia. “Temos um processo tão interessante para que se escolha bem os candidatos, mas alguns se aproveitam disso com grupos de miseráveis já dominados.
Isso acontece, principalmente, nas vésperas das eleições e no dia”, disse. Ainda segundo ele, já ocorreram apreensões de drogas em outras votações, nas quais mototaxistas foram usados para levar e trazer a droga.
“Ainda existem vários grupos atuando na cidade. Mas a PF tem descoberto vários e a Polícia Civil tem ajudado muito também. Precisamos combater isso com muita firmeza”.
Apoio nas fiscalizações
Também em entrevista ao Correio Debate, o delegado da PF, Derly Brasileiro, disse que equipes já estiveram em Solânea para observar a venda e troca de votos por drogas. As novas denúncias, segundo o delegado, fizeram com que a PF voltasse a analisar o esquema. “Solânea vai receber reforço da PF, talvez dez dias antes das eleições, para dar o apoio de que o juiz eleitoral precisar, principalmente no sentido de investigar esses fatos. Sei que não é uma investigação fácil, mas se pelo menos evitarmos a ocorrência desses crimes, com certeza estaremos colhendo bons resultados”, assegurou.
Jornal Correio da Paraíba

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